Ao estruturar o marketing de um consultório ou clínica médica, uma das decisões mais importantes, e difíceis, é escolher entre contratar uma agência especializada ou montar uma equipe interna.
No episódio do podcast GuiaConsultório #02, o especialista em marketing médico John Martin compartilhou uma visão ampla e honesta sobre esse dilema, abordando vantagens, desafios e critérios que realmente importam nessa escolha.
Conheça o trabalho do John Martin:
Ter uma equipe interna pode parecer uma alternativa mais próxima e personalizada. No entanto, como John Martin ressalta, essa opção vem acompanhada de uma série de exigências, tanto de gestão quanto de estrutura.
Para muitos consultórios, especialmente os que estão no início da jornada, o custo de contratar uma ou duas pessoas dedicadas exclusivamente ao marketing pode ser alto demais. E mais do que isso: o tempo necessário para acompanhar, direcionar e avaliar esse time também é um recurso escasso para a maioria dos médicos.
Além disso, criar uma equipe interna não significa montar um grande departamento. Pode ser uma única pessoa que cuide de tudo, redes sociais, site, relacionamento com pacientes e campanhas pagas. Mas essa concentração de tarefas pode comprometer a qualidade do trabalho, além de depender muito da capacidade de gestão do próprio médico.
Outro ponto levantado é a questão do volume. Se sua clínica ainda não está em ritmo acelerado de atendimentos, talvez nem haja demanda suficiente que justifique a existência de uma equipe interna de marketing em tempo integral.
Segundo John, quando falamos de consultórios, com poucos profissionais, uma ou duas secretárias e atendimento personalizado, faz mais sentido terceirizar o marketing para uma agência. Nesse modelo, você contrata uma parte do tempo de um time mais amplo e especializado, com designers, redatores, estrategistas e analistas digitais trabalhando em conjunto.
Esse tipo de terceirização permite acesso a conhecimento técnico e ferramentas que muitas vezes não estariam disponíveis dentro de casa, sem exigir do médico o gerenciamento direto de profissionais da área. É uma solução prática, especialmente para quem está começando e quer focar no atendimento ao paciente, sem abrir mão de uma presença digital estratégica.
O cenário muda quando falamos de clínicas com 10, 15 ou mais médicos, vários consultórios, grande volume de pacientes e diferentes especialidades. Nesse caso, a demanda por ações de marketing é contínua e complexa, envolvendo desde captação de novos pacientes até o fortalecimento da marca institucional.
Para essas clínicas, a criação de uma equipe interna pode ser um passo natural — desde que exista estrutura e preparo para gerir esse time. John destaca que, além do espaço físico e dos recursos técnicos, é preciso ter alguém capaz de contratar os profissionais certos e acompanhar os resultados com regularidade. Isso não exige que o gestor da clínica seja um especialista em marketing digital, mas que compreenda o básico da operação, defina metas e se envolva nas decisões.
Entre a agência terceirizada e a equipe interna, existe ainda um caminho intermediário: o modelo híbrido. Neste formato, a clínica conta com um ou dois profissionais in-house, que cuidam do dia a dia, produção de conteúdo e atendimento de demandas rápidas, enquanto uma agência dá suporte estratégico, executa campanhas mais técnicas e acompanha resultados.
John comenta que já viu esse modelo funcionar muito bem, inclusive fora da área médica. A principal vantagem é equilibrar personalização e especialização. A equipe interna conhece profundamente a rotina da clínica e os objetivos dos médicos, enquanto a agência oferece visão externa, inovação e experiência em diferentes contextos.
Para clínicas em fase de crescimento, o modelo híbrido também oferece mais segurança na transição. É possível começar com uma agência e, à medida que o time interno ganha maturidade, migrar parte das operações com confiança, sem rupturas ou perdas de qualidade.
Independentemente do modelo escolhido, John alerta para um fator que muitas vezes é subestimado: o desafio de liderar e gerenciar pessoas de áreas diferentes. Médicos e profissionais de marketing, por exemplo, têm formações, perfis e rotinas muito distintas. O risco de ruídos na comunicação, expectativas desalinhadas e conflitos é real.
Por isso, ele reforça que não basta contratar: é necessário saber liderar. Isso vale tanto para lidar com a equipe interna quanto para acompanhar o trabalho da agência. Em ambos os casos, o médico ou gestor precisa estar minimamente envolvido, participar das decisões e manter um olhar crítico e estratégico sobre o que está sendo feito.
No fim das contas, como resume John Martin, não há uma resposta pronta. O melhor caminho depende do estágio do seu negócio, da sua capacidade de gestão, dos seus objetivos de crescimento e da sua disposição em se envolver com as decisões de marketing.
Se você está começando agora, talvez terceirizar seja o caminho mais seguro. Se sua clínica está crescendo, talvez valha a pena investir em estrutura interna. E se você já tem uma operação mais robusta, o modelo híbrido pode trazer o equilíbrio ideal entre agilidade e profundidade estratégica.
O importante é entender que marketing não é um setor isolado. Ele precisa caminhar lado a lado com a estratégia do negócio, e isso começa pela forma como sua operação está organizada.
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