A Pandemia do Covid 19 mudou sensivelmente o modo de vida das pessoas do mundo todo. Distanciamento social, uso de máscaras e álcool em gel foram alguns dos cuidados necessários para conter o contágio e a propagação do vírus. A área da saúde no Brasil e no mundo não foi diferente, pois além de lidar com os riscos, os profissionais tiveram que tratar pacientes, portanto, o cuidado foi redobrado.
O fenômeno exigiu uma abordagem multidisciplinar na identificação e tratamento. Sintomas nem sempre identificáveis no primeiro momento, que podem levar a um diagnóstico diferente, fizeram com que os profissionais, processos e diretrizes sofressem grandes mudanças em prol de um único objetivo: a cura do Covid.
É um cenário em que todos os braços da saúde passaram a se concentrar para a manutenção da saúde do paciente, a colaboração de vários profissionais e não apenas infectologistas e imunologistas se tornou mais do que necessária. Foi um esforço conjunto que reuniu diversos especialistas a fim de prognóstico efetivo.
Algo que pode ser considerado uma evolução no tratamento no Brasil é o trabalho em conjunto de diferentes profissionais. Se antes duas ou três áreas trabalhavam em conjunto, agora todas estão interligadas.
Por exemplo, antes da pandemia, a cardiologia orientava o paciente a parar com o hábito da bebida, sendo necessário o acompanhamento psicológico e uma mudança de dieta, o que exige ainda a participação de um nutricionista. No máximo três áreas estavam interligadas. Contudo, isso se tornará mais constante, uma vez que essa integração se mostrou eficiente durante o surto.
Ações estratégicas conjuntas com um objetivo em comum permitem obter respostas mais eficientes em sua totalidade, o que nem sempre seria possível em uma perspectiva fragmentada.
Devido a alta taxa de transmissibilidade do novo coronavírus, foi necessária a implementação de medidas de prevenção e controle. A abordagem multiprofissional atua na definição de estratégias, bem como na capacitação e orientação de todos os especialistas.
Essa integração ocorreu em diferentes frentes e não apenas no tratamento dos pacientes. Psicólogos acompanham e dão suporte a enfermeiros, médicos, seus familiares, infectologistas trabalham juntos com cardiologistas e pneumologistas. Enfim, as áreas convergiram, desenvolveram protocolos, conduziram experimentos, entre outras ações de modo nunca visto anteriormente.
Em uma rápida explicação podemos desenhar o fluxograma do tratamento:
Os profissionais de saúde devem seguir uma série de regras e utilizar equipamentos de proteção individual (EPI’s). São eles:
Além do uso dos equipamentos, é necessário higienizar as mãos com preparação alcoólica e seguir a ordem de colocação e retiradas dos EPI’s. Estuda-se manter o mesmo rigor mesmo após a pandemia, bem como o afastamento não punitivo dos profissionais que apresentarem sintomas de doenças infectocontagiosas.
A telemedicina veio como uma forma de manter a assistência à saúde mesmo que o paciente esteja distante. Face a possibilidade de uma pessoa com uma determinada enfermidade contrair o Covid quando buscar atendimento, foram estabelecidos diretórios que permitem a teleconsulta.
O atendimento médico de forma remota aborda a teleconsulta com um ou mais profissionais, o telediagnóstico, que é interpretação de exames médicos, o telemonitoramento de pacientes, entre outros procedimentos feitos remotamente.
Para isso, são utilizados recursos tecnológicos e de comunicação, que permitem um diagnóstico rápido e preciso. Com o fim da pandemia, esse tipo de atendimento deve continuar, direcionado a pessoas em localizações geográficas distantes, ampliando o acesso à medicina.
Os profissionais da saúde também têm a oportunidade de trocar experiências, desenvolver estratégias multidisciplinares, o que contribui para seu aperfeiçoamento.
Nunca antes os profissionais de saúde foram tão valorizados. São homenageados e encorajados diariamente, uma vez que estão à frente de uma das mais graves pandemias da história moderna.
Entidades públicas, empresas e pessoas enfatizaram os esforços daqueles que arriscam sua saúde e de seus familiares para mais do que atendimento, mas uma esperança de mudança. A sensibilidade comum se tornou fundamental para as atividades de enfermeiros, médicos e profissionais de apoio, bem como o reconhecimento do trabalho duro frente a um inimigo invisível.
Quando o assunto é Covid, uma das maiores barreiras é a falta de informação, sobretudo ao que se refere aos tratamentos disponíveis. Foram surgindo várias curas e nem sempre o resultado foi o esperado.
Tem também o suporte do profissional farmacêutico, mais indicado para esclarecer quaisquer dúvidas sobre a orientação, controle e distribuição de medicamentos, além de ressaltar possíveis efeitos colaterais e interações medicamentosas.
Os profissionais farmacêuticos, biomédicos e afins, tiveram um envolvimento crucial, principalmente nas pesquisas e na cadeia de produção de medicamentos. É uma posição estratégica para o desenvolvimento de remédios e da vacina para neutralização do vírus no organismo humano.
Durante a pandemia, foi considerada a assistência completa aos pacientes, que receberam suporte emocional de psicólogos, além do tratamento convencional. Pessoas que perderam entes queridos e os demais profissionais da saúde também receberam atenção psicológica, o que volta à questão da convergência entre áreas da saúde.
Vale ressaltar que o conceito de saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS) vai muito além da ausência de enfermidades. Por isso é tão importante dar atenção a todos os fatores relacionados à saúde física e mental dos pacientes.
Ademais, uma das principais lições que podemos levar para o futuro é o debate sobre a importância da gestão na área da saúde. Possivelmente teremos uma mudança no sistema de saúde pós-pandemia, que realmente desafia a área e exige esforços de toda a sociedade.
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