Recentemente, o Prof. Thomas Egnew, da Universidade de Washington, com doutorado em educação médica, descreveu em um artigo para a revista Family Practice Management algumas habilidades fundamentais que o médico deve ter no atendimento ambulatorial.
E quais são elas? O Guia Consultório reproduz aqui alguma delas, para que você possa fazer uma auto avaliação, e entender se está praticando todas elas no seu dia a dia!
Antes de tudo, lembre quem é aquele paciente, com quem é que você está lidando e quais são os planos. Olhe o prontuário e avalie a última consulta. O que houve naquela época? Quais planos foram traçados para agora? Há alguma pendência? Os exames solicitados foram realizados?
A próxima etapa é a “arte humana”: quem é a pessoa que te espera? O que ela está esperando desta consulta? Como a doença impacta nas relações com a família, trabalho e sociedade? Uma conversa aberta pode ajudar.
Um bom momento para esse assunto pode ser durante o exame físico, quando você já terá ouvido as queixas clínicas e poderá pinçar informações complementares.
O famoso momento “olho-no-olho”.
Quando o paciente sentar, não abaixe a cabeça e saia escrevendo! Lembre que a linguagem corporal, como a expressão facial e as gesticulações, são muito importantes neste primeiro contato. Demonstre interesse em saber como o paciente está e o motivo principal da consulta atual.
Na abertura da consulta, pergunte ao paciente porque ele agendou o atendimento e se há outras queixas ou problemas para os quais ele precisa de ajuda.
Nesse momento, se houver muitos itens, considere com ele dividir em duas ou mais consultas. O tempo reduzido de consulta é um desafio mundial na assistência à saúde.
É uma decisão difícil e subjetiva a escolha entre:
Essa conexão é muito importante para aumentar a satisfação dos seus pacientes.
O psicólogo Carl Rogers, pai da “abordagem centrada na pessoa”, sugeriu que profissionais de saúde precisam exibir três características em sua comunicação: coerência, aceitação e compreensão empática.
Com frequência encontramos pacientes que são taxados como “difíceis ou problemáticos”.
O que não vemos é que em muitos casos isso reflete problemas crônicos na vida das pessoas, como solidão, conflitos familiares e frustrações profissionais e pessoais.
Neste cenário, não faça uma consulta curta e seca. Dê ao paciente a chance de se abrir e ser ajudado. Depois, confronte o paciente com comportamentos que ele muitas vezes não percebe, como, por exemplo, uma relação entre distimia e má adesão ao tratamento.
O impacto emocional do adoecimento é muito importante. É mais intenso nos quadros agudos e potencialmente fatais, mas está presente mesmo nas doenças crônicas ambulatoriais.
Pergunte sobre o humor, atividades de lazer, sono e trabalho.
A ansiedade e a depressão com frequência se apresentam com sono prejudicado, queda de rendimento no estudo/trabalho e redução das atividades de lazer.
A consulta médica é um ambiente de tensão.
Uma conversa descontraída, um assunto do cotidiano, principalmente se engraçado, pode ajudar a aliviar a tensão. Fique atento com costumes e hábitos do paciente, para que não cause constrangimento.
As pessoas gostam e precisam de carinho, compreensão e acolhimento.
O toque humano, mais que qualquer palavra, é capaz de transmitir confiança, paz e conforto.
Mais do que transmitir ao paciente, o profissional precisa internalizar a empatia.
Tentar imaginar como o paciente se sente agora e no futuro próximo e o melhor que pode ser feito por ele.
Um bom exemplo é: em vez de dizer “me desculpe pela má notícia”, que reflete o seu sentimento, diga “sei que tem sido difícil para você”.
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