O Código de Ética Médica (CEM) exige conhecimento técnico e científico dos profissionais da área, assim como o cultivo de uma boa relação com os pacientes e o respeito aos limites impostos em publicidade e marketing.
E você, sabe que limites são esses? Quando o assunto são redes sociais para médicos, é importante ficar atento para não agir contra os critérios estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
Em 2016, o código de ética foi revisado e atualizado depois de quase 20 anos em atuação. Essas mudanças são fruto de discussões sobre direitos do profissional, prontuário do paciente, mas, especialmente, quanto ao uso de novas tecnologias na área da saúde, entre elas, as mídias digitais como meio de divulgação e publicidade médica.
É importante destacar que os princípios fundamentais que regem a profissão, como o respeito ao ser humano, sigilo das informações e atuação em prol da sociedade, sem discriminações, continuam intactos. A adição do artigo que trata sobre plataformas online e o uso de tecnologias no exercício da medicina ocorreu justamente para proteger os princípios da profissão.
No post de hoje, vamos falar um pouco mais sobre como o Código de Ética Médica atua sobre as redes sociais, além de dar dicas práticas de como utilizar essa estratégia publicitária a seu favor. Acompanhe!
O Conselho Federal de Medicina tem duas Resoluções que regem o que pode e o que não pode ser feito quando o assunto é publicidade médica e redes sociais. Dentro de seus conteúdos estão proibições que tratam sobre a autopromoção, sensacionalismo e concorrência desleal entre os profissionais.
Em 2016, os critérios de conduta médica nas redes, já estabelecidos em resoluções do CFM, passaram a integrar também o novo texto do Código de Ética Médica. A primeira delas, a Resolução n. 1.974 de 2011, trata do desaconselhamento expresso da divulgação de imagens do paciente, como “antes e depois”, além de confirmação excessiva do seu serviço como o melhor, mais completo ou único, o que é comum em outras áreas de competição comercial.
A regra também diz que o médico está vedado de fazer consultas, diagnósticos ou prescrever medicações por qualquer meio de comunicação em massa ou à distância. Além disso, é recomendado que todas as peças publicitárias contenham dados do médico, seu CRM e Registro de Qualificação de Especialista (RQE). No caso de clínicas ou hospitais, as informações cadastrais sobre o diretor responsável técnico devem estar presentes.
Complementando a legislação anterior, a Resolução n. 2.126 de 2015 é mais específica sobre a ética médica na internet e nas redes sociais. Neste documento, são estabelecidos parâmetros sobre:
Dentro das orientações, estão pontos como a proibição de tirar selfies em situações de trabalho e exposição desnecessária do ato médico, assim como abusos na promessa de resultados milagrosos, tudo para garantir uma relação de respeito ao paciente e proteção do sigilo médico, que é um dos pilares da medicina.
Ademais, essa resolução também traz orientações sobre as mídias sociais, como Facebook, Twitter, Instagram, YouTube, WhatsApp empresarial, sites e blogs. É vedado ao médico anunciar nesses locais uma especialidade ou área de atuação a qual não seja qualificado ou não reconhecida perante o Conselho.
Devido ao dinamismo da temática, o CFM montou uma Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos, a CODAME, para propor novas propostas e medidas assim que elas se tornem necessárias. Dessa forma, o Conselho oferece parâmetros seguros aos médicos quanto à postura ética frente à sociedade, cumprindo, assim, o seu papel perante a Constituição Brasileira de 1988, que inclui a inviolabilidade da vida privada, a honra e o respeito à imagem pessoal.
A publicidade é um dos setores mais importantes para uma empresa, visto que, por meio de ações de marketing, é possível captar um número maior de clientes e se destacar no mercado. Na área médica, isso não é diferente. No entanto, vale ressaltar que as coisas não são tão simples assim. Como você pode ver no tópico anterior, o CFM estabelece diversas normas sobre o uso dos meios de comunicação, o que também abrange a presença do profissional nas mídias digitais. Por isso, é primordial seguir a legislação vigente sobre a divulgação de serviços médicos.
Ao seguir as normas, o profissional estará valorizando a ética médica em suas atividades e pode se proteger de possíveis processos judiciais indenizatórios por danos morais ou materiais decorrentes de abusos. Caso seja reportada a desobediência às regras, por meio de denúncia por terceiros ou não, o médico pode responder, ainda, perante o Tribunal de Ética do respectivo Conselho Regional de Medicina.
A credibilidade é um dos pilares na relação entre médico e paciente. Sabendo disso, cultivar práticas que aumentam a confiança das pessoas pelo seu trabalho é crucial para ter sucesso. Nesse contexto, não podemos deixar citar a presença nas redes sociais como um ótimo artifício para nutrir sua imagem profissional.
Embora existam diversas normas e resoluções do CFM que regulam e limitam a publicidade médica, isso não significa que o profissional não pode utilizar as redes sociais a seu favor. Na verdade, o médico deve marcar presença nas redes, considerando que, em um mundo cada vez mais conectado, essa é uma das principais formas de divulgar os seus serviços e ser encontrado — especialmente por meio de mecanismos de busca, onde os pacientes têm acesso a dados da sua formação, local de atendimento e avaliações online.
Profissionais da saúde que não estão alinhados com essa estratégia perdem oportunidades promissoras de negócio e correm maior risco de ter agendas cada vez mais vazias, já que foram superados pela concorrência.
A seguir, separamos algumas dicas para que a sua visibilidade online seja tão marcante quanto a sua reputação. Continue a leitura.
Saber com quem você vai se comunicar por meio das redes sociais é o primeiro passo para definir uma ação de publicidade online eficiente. Por isso, antes de mais nada, defina qual é o perfil de pacientes que você deseja atrair para a sua clínica. Isso vai influenciar diretamente na linguagem utilizada, no tipo de conteúdo publicado e até mesmo nos horários em que os posts serão feitos.
Não faz sentido, por exemplo, fazer uma live no meio da tarde se o seu público-alvo é formado por adultos que trabalham durante o horário comercial ou usar uma linguagem despojada e informal se você quer falar com pessoas mais conservadoras.
Na internet, os pacientes querem ter acesso a informações relevantes e que contribuam para a manutenção de sua qualidade de vida, o que deve ser utilizado como recurso estratégico para ter mais engajamento nas redes sociais. Desenvolva posts interessantes sobre cuidados com a saúde e bem-estar, assim como prevenção de doenças.
Você pode, inclusive, fazer parcerias e contato com outros profissionais para produzir um conteúdo ainda mais rico. Aplique os seus conhecimentos e demonstre autoridade nos conteúdos disponibilizados online. Dessa forma-, você mostrará aos pacientes como está preparado para atendê-los.
Se a intenção é consolidar a sua presença na internet, é preciso manter uma constância nas postagens. Ainda que você não tenha muito tempo para se dedicar ao marketing médico, é muito importante que os seus conteúdos na rede sigam uma lógica, ou seja, as postagens podem ser diárias, em dias alternados ou semanais.
Fazer muitos posts em um mesmo dia ou passar semanas sem publicar nada prejudica a fidelização do público-alvo e aumenta a chance de que a sua clínica seja esquecida pelos pacientes em potencial. Por isso, elabore um calendário com os dias que pretende fazer as postagens e fique atento aos conteúdos publicados para evitar repetições. Você pode, por exemplo, fazer matérias especiais todas as quartas-feiras e uma live para tirar dúvidas nas sextas.
Investir em um logo com o seu nome, do consultório ou da clínica é uma das formas mais eficientes de destacar o perfil profissional nas redes digitais. Ele funciona como uma assinatura nas suas postagens. Procure um estilo elegante, que chame a atenção e que seja fácil de ser lembrado. Assim, tudo que for postado ou compartilhado nas suas páginas vai ser positivamente associado com a credibilidade do seu trabalho.
As suas postagens devem ser padronizadas, de forma a serem marcantes e memoráveis. Por isso, crie um estilo, escolha uma paleta de cores e tenha uma linguagem clara e acessível, que marque a sua personalidade nas publicações. Elementos visuais também são importantes para que as pessoas se sintam mais próximas e reconheçam a qualidade do seu conteúdo no primeiro olhar. Isso é muito importante na hora de estabelecer uma primeira interação com o paciente.
Se publicidade não é o seu forte, o ideal é trabalhar com uma equipe com experiência no assunto. Contar com designers e profissionais especializados em postagens publicitárias para fazer essa tarefa por você é o segredo para melhorar o engajamento com os pacientes e deixar a sua rotina mais leve. Desde que as normas do Código de Ética Médica sejam seguidas corretamente, não há problema algum que a sua presença nas mídias digitais seja administrada por outras pessoas.
O uso das redes sociais é muito comum no Brasil. Na verdade, existe um verdadeiro fascínio da população em manter uma conexão online com outras pessoas e com o mundo. Considerando os fatos, utilizar esse recurso como estratégia de marketing é cada vez mais necessário.
Mas isso não significa que você precisa estar em todas elas. Na verdade, o exagero prejudica a interação eficiente com o público-alvo, ou seja, o essencial é concentrar os seus esforços nas comunidades em que os usuários estão realmente interessados nos serviços que você tem a oferecer. Sabendo disso, elencamos, na sequência, quais são as melhores redes sociais para médicos. Vamos descobrir quais são elas?
O Facebook é a maior rede social do mundo e uma das preferidas dos brasileiros. Ao todo, são mais de 1 bilhão de usuários registrados. Apesar do grande espectro de clientes em potencial e maiores oportunidades de negócio, esse número também indica que a concorrência pela atenção dos usuários é acirrada, se tornando um verdadeiro desafio.
Ainda assim, enquanto ferramenta de marketing, o Facebook continua sendo uma das melhores redes sociais para médicos, já que possibilita a divulgação de informações relevantes sobre sua área de atuação, favorece o engajamento dos seguidores e amplia a interação com aqueles que já conhecem o seu serviço.
Rede social que mais cresce no país, ficando em segundo lugar quanto à preferência dos brasileiros, o Instagram conta com mais de 600 milhões de usuários e é um ótimo espaço para marcar presença com publicidade médica. Esse aplicativo de fotos pode ser utilizado para divulgar informações atrativas e de utilidade pública, além de gerar tráfico para postagens do seu blog, sendo, portanto, uma ferramenta de interação com grande potencial.
As hashtags são elementos que fazem sucesso nessa rede e podem ser utilizados para criar maior engajamento e captar mais visualizações para as suas fotos. Mas tenha cuidado: quando publicadas com exagero, elas podem deixar as postagens muito poluídas.
Além das publicações em si, outro recurso disponível no Instagram e que fazem sucesso entre o público são os stories, que aproximam ainda mais o paciente do médico. Você pode, por exemplo, fazer enquetes para decidir qual será o tema das próximas postagens e, assim, descobrir o que mais interessa seus seguidores.
O Twitter atraiu seus mais de 310 milhões de usuários com uma premissa muito interessante: a comunicação por meio de frases curtas, com, no máximo, 140 caracteres. Em 2017, esse limite foi aumentado para 280 caracteres, o que não fez com que a rede perdesse a sua popularidade, ou seja, a objetividade continua sendo uma de suas características marcantes.
Por isso, o Twitter é uma boa opção para momentos de comunicação mais rápida e objetiva com o público. Esse espaço é ideal para sanar dúvidas objetivas sobre assuntos importantes, como o horário de atendimento da semana, agenda disponível e local do consultório. Ademais, a ferramenta também é muito útil para divulgar posts novos no seu blog ou uma live que será feita no Facebook e até eventos médicos que você vai participar.
Preferida pelo público mais jovem, o YouTube é a rede social de compartilhamento de vídeos, sendo uma das maiores tendências em produção de conteúdo. Nela, você pode fazer posts audiovisuais para esclarecer dúvidas comuns sobre sua especialidade, falando especialmente sobre prevenção de doenças e como ter uma vida mais saudável.
Para garantir a qualidade dos seus vídeos, é importante contar com o apoio de profissionais qualificados em captação e edição de imagens. Publicar conteúdos improvisados, fora do ambiente profissional e com um som ruim, por exemplo, podem minar a sua estratégia.
Em todas essas redes, é muito importante que você realmente interaja com as pessoas, ou seja, curta comentários, agradeça os elogios e responda as dúvidas. Profissionais que não mantêm contato são vistos como arrogantes, o que afasta os seguidores. Quanto às reclamações, o ideal é agradecer pela opinião publicada com gentileza. Em seguida, é recomendado prosseguir a interação em privado para conhecer mais sobre os problemas elencados pelo usuário. Aliás, é por meio das críticas que as melhorias podem ser construídas.
Manter um comportamento inadequado nas redes sociais pode afetar seriamente a imagem de um profissional e da sua clínica. Pensando nisso, separamos algumas atitudes que devem ser evitadas na rede para que a sua credibilidade não seja comprometida.
Exercer a função médica por meio da rede, seja dando um diagnóstico, seja fazendo a prescrição de medicamentos, é uma prática proibida pelo Código de Ética Médica. O profissional não pode nem mesmo divulgar preços de consultas e procedimentos nas mídias. Lembre-se sempre que o principal objetivo das redes sociais é promover a interação por meio de conteúdos interessantes que estimulem o engajamento com o público-alvo. No que se refere aos diagnósticos e tratamentos, eles devem ficar reservados para o consultório médico.
As redes sociais para médicos devem ser utilizadas para melhorar a sua credibilidade e atrair mais pacientes para o seu consultório. Mas isso não significa que você pode usar qualquer recurso para atingir os seus objetivos. Um desses exemplos é prejudicar a imagem de outro profissional da área para tirar vantagem na concorrência. Essa atitude é uma prática de concorrência desleal que pode se voltar contra você, visto que os pacientes podem entender a mensagem de forma muito negativa.
Misturar a vida pessoal com a profissional nunca é uma boa ideia. Por isso, o American College of Physicians (ACP) orienta que médicos e outros profissionais da saúde criem perfis separados. Assim, você pode compartilhar fotos de passeios com a família e opiniões sobre política, religião e outros assuntos polêmicos no seu perfil pessoal — preferencialmente fechado para pessoas próximas — reservando a página profissional para tratar apenas de conteúdos sobre a área médica.
Além disso, é importante que o seu perfil profissional seja mais visível que o pessoal — você pode investir em publicidade paga nas redes para impulsionar ainda mais a sua página.
Essa é outra proibição do Código de Ética que pode prejudicar a sua imagem e vida profissional. A divulgação de imagens médicas podem resultar em processos judiciais impostos pelos pacientes expostos, além de demissão de clínicas e hospitais que não querem seus nomes associados com práticas antiéticas.
A maioria das pessoas tem o hábito de buscar informações sobre sintomas e doenças na internet antes de procurar um médico. Por isso, você tem a responsabilidade de compartilhar apenas conteúdos confiáveis, visto que isso interfere na saúde e bem-estar dos seus pacientes. Antes de compartilhar qualquer notícia ou artigo, portanto, verifique as fontes e cheque a veracidade das informações com outros colegas da área. Caso contrário, o seu paciente pode perder a confiança no seu trabalho e buscar auxílio médico com outro profissional.
As redes sociais, para médicos, já se tornaram um requisito quando o assunto é construir uma imagem profissional de confiança. Assim, é possível conquistar mais pacientes e garantir a lucratividade do seu negócio. Antes de dar início aos posts, no entanto, é necessário ter em mente que existem algumas regras específicas que impõem limites quanto ao que pode ou não ser publicado nas redes pelos profissionais da área da saúde.
Essas normas estão presentes no Código de Ética Médica, publicado pelo Conselho Federal de Medicina, que é responsável pela fiscalização e normatização da profissão. Os médicos devem ter muito cuidado ao se expor na internet, pois isso interfere diretamente na credibilidade, confidencialidade, responsabilidade e sigilo médico, conceitos muito valorizados na medicina. Além disso, seguir as regras é primordial para se proteger de ações judiciais e julgamentos perante o Tribunal de Ética do Conselho Regional de Medicina.
Tendo respeito à legislação, estar presente na internet só agrega vantagens. Mas, para isso, também é preciso saber utilizar essas redes de forma positiva, entre elas o Facebook, Instagram, Twitter e YouTube.
Entre os fatores destacados, estão conhecer seu público-alvo, postar conteúdos relevantes, manter um padrão de publicações e até mesmo contar com uma equipe especializada em marketing para ajudar nesses quesitos. Por fim, não se esqueça de evitar práticas online que prejudicam sua imagem médica, pois elas podem minar a sua reputação e credibilidade com os pacientes.
E aí, gostou de descobrir mais sobre a relação entre o Código de Ética Médica e redes sociais para médicos? Antes de investir nas publicações na web, portanto, não deixe de conferir a legislação vigente para que você esteja sempre de acordo com as exigências. Com as nossas dicas, você tem ainda mais chances de ter sucesso na sua estratégia!
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