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Passo a passo para fazer uma prescrição médica de qualidade

A prescrição médica é um documento fundamental na prática clínica, sendo responsável por fornecer diretrizes precisas e seguras para o tratamento de pacientes. Compreende-se como prescrição médica um registro contendo orientações básicas sobre o uso de medicamentos entregue ao paciente durante a consulta.

Neste artigo, apresentaremos um guia passo a passo sobre como realizar uma prescrição médica de qualidade. Serão abordadas as informações essenciais que devem ser incluídas, a importância da legibilidade do documento e a necessidade de seguir diretrizes específicas para medicamentos controlados.

Ainda, exploraremos como a tecnologia aplicada à rotina médica, por meio da prescrição médica digital, pode desempenhar um papel auxiliar nesse processo, trazendo benefícios significativos tanto para os médicos quanto para os pacientes.

Quais são as regras da prescrição médica no Brasil?

A fim de garantir a segurança e o adequado acompanhamento dos pacientes, as regras da prescrição médica no Brasil são estabelecidas pela portaria nº 467, de 20 de março de 2020

Nesse sentido, é imprescindível que uma prescrição médica contenha informações essenciais, sem as quais podem ocorrer confusões ou erros na administração dos medicamentos.

A identificação do médico é um elemento crucial presente na prescrição. É necessário incluir o nome completo, número do registro profissional, especialidade e/ou área de atuação do médico que está realizando a prescrição. 

Além disso, é preciso mencionar o nome completo do paciente e sua data de nascimento, o que auxilia na individualização do tratamento.

No que se refere ao medicamento prescrito, é importante mencionar seu nome de forma clara e precisa, bem como especificar a forma farmacêutica e, se possível, a concentração do princípio ativo. Essas informações contribuem para o uso apropriado do medicamento, evitando possíveis erros.

A posologia e a duração do tratamento devem ser indicadas na prescrição, informando a dose correta, a frequência de administração e o período de tempo em que o tratamento deve ser realizado. Essas informações auxiliam no monitoramento adequado do paciente e garantem a efetividade do tratamento.

Adicionalmente, a prescrição deve conter a identificação do local onde foi emitida, como o consultório médico ou a instituição de saúde, e a data em que foi realizada. Esses dados são relevantes para a rastreabilidade e o histórico do tratamento.

Para assegurar a legibilidade da prescrição, é necessário redigi-la de forma clara, garantindo que todas as informações possam ser compreendidas sem dificuldade. Recomenda-se o uso de caligrafia legível ou a impressão em computador, o que contribui para evitar erros na interpretação dos dados.

A prescrição também deve ser carimbada com o carimbo do médico, contendo informações necessárias, como nome, número do registro profissional e/ou CRM. Esse carimbo confere validade e autenticidade ao documento.

No caso de medicamentos considerados substâncias controladas pela ANVISA, é necessário seguir diretrizes específicas para prescrição e retenção da receita, garantindo um controle adequado dessas substâncias.

Passos para fazer uma prescrição médica de qualidade, segundo a OMS

Para garantir uma prescrição médica de qualidade, é essencial seguir uma sequência de etapas que assegurem a segurança e eficácia do tratamento. De acordo com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), destacam-se os seguintes aspectos a considerar:

Primeiramente, é fundamental conhecer as diretrizes e regulamentos locais que regem a prescrição médica, incluindo restrições e requisitos específicos.

Em seguida, é necessário realizar uma avaliação completa do histórico médico do paciente, considerando suas condições pré-existentes, alergias, medicamentos em uso e resultados de exames relevantes.

Ademais, é crucial estabelecer uma relação de confiança com o paciente, ouvindo-o atentamente, compreendendo suas preocupações e expectativas, e envolvendo-o no processo de tomada de decisão.

Manter-se atualizado sobre os medicamentos disponíveis, incluindo suas indicações, posologias, contraindicações, interações e possíveis efeitos colaterais, é um passo indispensável para embasar as escolhas terapêuticas.

Uma vez consideradas as informações individuais do paciente, a prescrição deve ser feita de forma personalizada, levando em conta fatores como idade, sexo, condições de saúde e preferências do paciente.

É crucial redigir a prescrição de maneira clara, legível e sem ambiguidades, utilizando terminologia médica padronizada e incluindo todas as informações necessárias, como nome do medicamento, dose, frequência e duração do tratamento, evitando abreviações pouco claras.

O médico também tem a responsabilidade de educar o paciente sobre o uso correto do medicamento, fornecendo orientações detalhadas sobre a posologia, horários de administração, possíveis efeitos colaterais e instruções em caso de dúvidas ou problemas.

Após a prescrição, é importante acompanhar de perto a resposta do paciente ao tratamento, monitorando seus sintomas, realizando exames de acompanhamento e efetuando ajustes na prescrição, se necessário.

Em situações mais complexas, é fundamental colaborar com outros profissionais de saúde, como especialistas, farmacêuticos e enfermeiros, para obter uma abordagem multidisciplinar e uma visão mais abrangente do caso.

Por fim, é essencial manter-se atualizado continuamente, acompanhando as últimas pesquisas, diretrizes e avanços na área médica por meio de educação médica continuada, o que desempenha um papel crucial na melhoria da qualidade da prescrição médica.

Tipos de prescrição médica

Dentre as diferentes modalidades de prescrição médica, cada uma se destina a medicamentos específicos e está sujeita a diferentes formas de controle. A seguir, serão abordados os principais tipos de prescrição médica, juntamente com suas características distintas.

Receita simples

Para iniciar, temos a receita simples, que é empregada na prescrição de medicamentos disponíveis sem necessidade de receituário médico para compra, porém que requerem a recomendação de um profissional. Geralmente redigida em papel branco, essa modalidade apresenta apenas uma via.

Controle especial

A prescrição de controle especial, por sua vez, é direcionada aos medicamentos de tarja vermelha, compostos que estão sujeitos a um controle mais rígido. Estes medicamentos abrangem substâncias como retinóicas de uso tópico, imunossupressoras, antirretrovirais, anabolizantes e antidepressivos, que podem causar dependência física ou psíquica.

Receita azul

Já a receita azul é impressa em papel de cor azul e é destinada à prescrição de medicamentos contendo substâncias psicotrópicas e psicotrópicas anorexígenas. Cada receita possui um número de controle, sendo padronizada, e deve estar sempre acompanhada de uma receita branca. 

Enquanto a via azul é retida na farmácia, a via branca é entregue ao paciente para acompanhar o tratamento. Similarmente à receita amarela, a receita azul permite a dispensação de uma quantidade suficiente de medicação para um mês de tratamento, com validade de 30 dias.

Receita amarela

Por fim, a receita amarela, impressa em papel de cor amarela, é utilizada para a prescrição de psicotrópicos e entorpecentes. Nesse caso, a prescrição amarela contém apenas a indicação de uma substância, com a quantidade necessária para o tratamento durante 30 dias, que coincide com a validade da receita.

Como a tecnologia na rotina médica pode auxiliar uma prescrição médica de qualidade

A adoção desses cuidados e a incorporação da tecnologia na rotina médica são de extrema importância. A prescrição médica digital, também conhecida como receita digital, representa uma evolução do modelo tradicional, trazendo inúmeros benefícios. 

Além de reduzir custos e diminuir a quantidade de lixo gerado com a impressão de receitas em papel, a prescrição digital oferece praticidade e conveniência tanto para médicos quanto para pacientes. 

Com essa nova abordagem, é possível garantir maior legibilidade das prescrições, fácil acesso às informações e a possibilidade de integração com sistemas de farmácias, agilizando o processo de dispensação de medicamentos.

Quer saber mais sobre o assunto? Então confira nosso post sobre prescrição médica digital.

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